domingo, 31 de janeiro de 2010

La Tour Eiffel e seus arredores

Segundo um dos guias que tenho aqui:

Tudo na área dos Invalides é em escala monumental. Começando nos prédios do século XVIII que compõem a École Militaire, na esquina da Avenue de la Motte Picquet, o Parc du Champs de Mars estende-se até a Torre Eiffel e o Sena.

As avenidas que circundam a torre exibem edifícios luxuosos, alguns no estilo Art Nouveau, e várias embaixadas. A área tournou-se muito valorizada no período entre as duas guerras mundiais, quando morou lá o ator Sacha Guitry.

Mas mesmo antes disso, no século XVIII, ricos moradores do Marais mudaram-se para esta parte da cidade e nela construíram as casas aristocráticas que se alinham até hoje na Rue de Varenne e na Rue de Grenelle.

A Torre Eiffel foi construída para particpar de uma exposição universal, em 1889,e era para ter sido um elemento temporário da cidade. Foi projetada pelo engenheiro Gustave Eiffel e muito criticada pelos estetas do século XIX.

Até 1931 foi a edificação mais alta do mundo, desbancada pelo Empire State Building, em NY.

Uma restauração recente e a instalação de um novo sistema de iluminação deram mais destaque ainda a esse que é o cartão-postal mais frequentemente representativo de Paris.


Mais curiosidades...

A torre já inspirou muitos malucos: já foi escalada por alpinistas e um jornalista desceu por ela de bicicleta. Em 1901 Santos Dumont deu a volta nela com um dirigível. Em 1912 um alfaiate austríaco tentou voar do parapeito usando uma capa estilizada como asas. Morreu na frente de uma multidão e, segundo a autópsia, de ataque cardíaco, antes mesmo de chegar ao chão.


Em dias claros é possível ver, de cima da Torre, 72km adiante.

Incluindo a antena, a torre tem 324 metros de altura.

Há 1665 degraus até o terceiro andar.

Pesa 10 mil toneladas

Les touristes dans la ville la plus touristique du monde...

Sempre pensei que ser "a estrangeira" fosse, de certa forma, legal, já que os estrangeiros sempre despertam interesse particular nos nativos. Aqui ser estrangeira, turista, não falar a língua, tudo isso é ser só mais uma. Faz parte do cotidiano dos franceses ver, especialmente nos pontos turísticos, estrangeiros perdidos, com seus mapas de linhas de metrô, fazendo perguntas em péssimo francês e atrapalhando o fluxo.

Por um lado, isso é bom, porque dá a sensação de que não sou um e.t. por aqui; todos fazem o esforço necessário para compreender o que falo e me ajudar - talvez porque eu fale em francês, e não em inglês -; mas por outro lado, dá uma sensação de que não tenho exatamente um lugar. Não sou a turista que quer ver a cidade em 4 ou 5 dias; também não sou a oriental que não entende nada que se passa à minha volta; mas não sou, tampouco, alguém que está confortavelmente habituada ao ritmo corrido das estações de metrô, dos supermercados e restaurantes daqui.

Ser brasileira aqui até agora não diz muita coisa, nem pro bem, nem pro mal. As francesas são todas muito bonitas, andam sempre maquiadas, arrumadas, têm cabelos bem cortados e lindos. Além disso, aqui há muitas belezas femininas: negras, orientais (de todo o Oriente), européias em geral...

Os homens também são muito bonitos, e também têm traços que correspondem a esteriótipos variados - os típicos franceses, com o nariz meio afinado, uma cara meio de águia; os negros de lábios carnudos e sotaque característico; os muçulmanos, com seus bigodes e grossas sobrancelhas -. Tudo isso pra dizer que, de maneira geral, todo mundo e ninguém chama a atenção em especial por aqui. Ser estrangeira, ou não, é só mais uma característica que não te faz ter um lugar "exótico", como acontece muito no Brasil.

Assumindo toda a nossa "estrangeiridade", eu a Bruna e a Carol temos feito passeios incríveis pelos pontos mais turísticos da cidade. Aqui segue uma sequência de fotos que tiramos numa visita à Torre Eiffel numa noite de muito frio!










sábado, 30 de janeiro de 2010

Centre G. Pompidou

Uma das melhores experiências aqui até hoje foi conhecer o Centre G. Pompidou. Ele tem uma das vistas mais bonitas da cidade e, como entramos no finzinho da tarde, pudemos ver a cidade acesa à noite.

O edifício é "virado do avesso": escadas rolantes, tubulação de ar e água e vigas de aço que sustentam o prédio ficam todos do lado de fora, à mostra. Ao concebê-lo assim, os arquitetos Richard Rogers, Renzo Piano e Giafranco Franchini criaram um espaço interior completamente livre e flexível - além de gigantesco - para abrigar o Museu Nacional de Arte Moderna e outras atividades do centro cultural.

No acervo há artistas como Picasso, Miró e Pollock.

Alguns andares destinam-se ao acervo permanente, que é de matar de lindo. Entre obras do início do século XIX e obras moderníssimas, pude ver algumas obras daquelas que estamos tão acostumados a ver, só que em livros: que não se lembra do mictório ou da roda de bicicleta do Duchamp? Eles estão aqui! Uma informação que ouvi no Pompidou que explica muita coisa: perto do mictório, uma mulher dizia a alguns adolescentes "sim, é um simples mictório, mas ele foi a primeira pessoa a ter a idéia de assiná-lo"; a obra discute o valor da assinatura, da autoria. Um mictório sem a assinatura do Duchamp é um simples mictório, onde os homens fazem xixi; mas o mictório do Duchamp é uma obra de arte, que está no Pompidou!

O Pompidou tem, além de zilhares de objetos de exposição, salas de cinema, biblioteca, ateliers...

É comum ver músicos de rua tocando na frente do edifício (tem uma foto aqui embaixo), o que dá um clima ainda mais parisiense à experiência.











































sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Particularidades locais - transportes

Sempre ouvi que os metrôs de São Paulo são muito mais limpos que os da Europa. Que na Europa as pessoas cheiram mal e que é insuportável o cheiro do metrô. Tudo isso é, em parte, verdade. Mas morando aqui, ainda que há poucos dias, percebi que isso varia muito, de acordo com a estação e o tipo de transporte que se usa, já que aqui existe metrô, RER, trens de periferia e ônibus (nunca peguei um, já que faço tudo de trem e metrô).

Algumas estações são a morada dos mendigos. Eles vivem com seus sacos e cobertores dormindo pelas escadas ou mesmo nos bancos das plataformas. Essas estações costumam cheirar bem mal. Muitas outras são limpas. Algumas são tão grandes, mas tão grandes, que abrigam, em pisos superiores, shopping centers. Hoje mesmo fui a um supermercado giganteeeeesco que fica dentro de um centro de compras giganteeeesco que fica em uma estação giganteeeesca. Demorei horas pra comprar algumas coisas, já que eu não conhecia nada e tudo era muito gigante. Mas valeu a experiência.

Algumas estações são bonitas, outras não têm muita graça. Na grande maioria delas há cartazes de propagandas de tudo o que se possa imaginar. Tem uma propaganda que se repete em várias estçaões e que eu acho muito engraçada -> todos dizem que franceses são discretos sobre suas vidas particulares, sobre sua vida amorosa etc; em várias estações há cartazes gigantes que são a propaganda de um colchão, e o slogan é algo do tipo "é impossível fazer amor se não for num XXX (nome do colchão). Pra quem é discreto a propaganda é bem explícita...

Outra curiosidade dos trens aqui: muitos vagões, quando param na estação, devem ser abertos, seja por quem está dentro deles, sejá por quem está do lado de fora. Quando cheguei foi um choque pra mim, e a primeira vez que tive que abrir uma porta de trem levei bem uns 15 segundos pra fazer isso... Às vezes é preciso apertar um botão; outras vezes é preciso levantar uma alavanca. A porta não abre a qualquer hora, é claro, mas antes de o trem parar já é possível abrí-la e meio que saltar na plataforma enquanto o trem termina de parar.

Como em qualquer lugar, os metrôs têm horário de pico. Mas, mesmo assim, até hoje não peguei nada parecido com "estação Sé às 6 da tarde em São Paulo". Não sei se isso nunca acontece, mas imagino que a quantidade de trens disponíveis dê conta de manter sempre um certo fluxo. No trem que vem aqui pra minha banlieue eu sempre consigo sentar, porque ele nunca está cheio, já que não é uma linha principal.

Talvez sejam mais sujos os trens de Paris, mas certamente são mais funcionais e pontuais. Uma coisa que adoro aqui é que quando você chega na plataforma tem sempre um painel dizendo em quanto tempo chegará o próximo trem. Pra pegar o trem aqui perto chega a demorar 10, 15 minutos, às vezes. Mas os metrôs demoram 2, 3 minutos. E é preciso prestar atenção em certas coisas: pra chegar aqui em casa, duas estações antes pego o trem na direção Paris-St. Lazare. Mas nessa plataforma onde passa esse trem, que vai até St. Lazare parando em várias estações de banlieue (inclusive na minha), também passa o trem Paris-direct, que vai direto, sem paradas, até a última estação. Pra saber qual é o trem certo é preciso olhar no painel qual é o trem que se aproxima, de acordo com o horário. Quando os trens estão atrasados e vão demorar um pouco mais por causa de algum problema na linha, uma voz avisa na plataforma.

Outra coisa que acontece bastante por aqui são pedintes e artistas no metrô. Exatamente como em São Paulo, vez por outra entra uma criança, um adulto ou um idoso e começa a pedir a atenção de todos no trem. Percebi pelo sotaque de muitos deles que são estrangeiros, provavelmente do mundo árabe, pelas feições. Às vezes, como em São Paulo, eles deixam papéizinhos que explicam a difícil situação em que se encontram e pedem uma contribuição. Os artistas, por sua vez, costumam entrar no vagão com algum instrumento e simplesmente tocam, no meio daquela gente que não chega nem a esboçar um sorriso, por mais engraçada que possa ser a música ou aquilo que dizem. Uma francesa me disse que ninguém ri porque eles querem dinheiro e ninguém quer dar. Hoje me disseram também que sorrir por aí é sinal de "estar dando mole" pros outros. Mas nada é tão dentro dos limites assim, tudo varia. Esteriótipos acabam reduzindo o mundo a um pontinho pequeno e sem graça demais. O que vale é ver com os próprios olhos.

Notre Dame de Paris

Informações (bem) básicas**
A Catedral fica na Île-de-la-Cité, berço da cidade. O papa Alexandre III colocou a primeira pedra em 1163, o que daria início a 170 anos de trabalho de milhares de arquitetos góticos e artesãos medievais. Foi erguida sobre um antigo templo romano. Quando ficou pronta, em 1330, tinha 130 metros de comprimento e torres de 69 metros.