quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Lido, sur les Champs!


Essas fotos são da noite surpresa da Marion, sexta passada.

Ela tinha me falado pra eu reservar essa sexta-feira porque iríamos fazer uma coisa à noite. Depois me contou que seria um jantar com os pais dela. Depois me disse pra ir "chic, mais pas trop" (chique, mas não muito). Depois disse que era na Champs Elysées. E parou por aí.

Quando chegamos lá (eu fui encontrar antes com ela perto da Sorbonne), ficamos esperando os pais dela e ela começou a me explicar que íamos no Lido. Eu não conhecia esse espetáculo, mas depois descobri que é tão famoso quanto o Moulin Rouge e, segundo ela, melhor até.

Ela nunca tinha ido, nem os pais dela. Como ela tem contatos, conseguiu um esquema melhor de ingressos mais baratos, mas ainda assim, lá é tudo carerésimo! Muito fofa, ela nos deu de presente essa noite que incluía um jantar dentro do Lido, bebida e o espetáculo.

O espetáculo é engraçado e estranho, especialmente pra uma brasileira (nunca vi nada parecido no Brasil). Tem muita dança, alguns números de circo (palhaço - o melhor -, tecido, diabolô), danças típicas de certos países, danças sensuais, danças bizarras... Não é can can como eu imaginava que seria um cabaré francês.

Cada cabaré aqui tem uma característica específica e a do Lido é que as mulheres dançam sempre com roupas que deixam os seios à mostra, mesmo quando a dança não é especialmente sensual. O grupo também tem homens, mas em menor número e no espetáculo eles só servem praticamente pra enaltecer as mulheres e ser, eventualmente, um par de dança.

O figurino tem muito brilho e muita cor, tudo é bem escandaloso, do cenário às roupas, das músicas à maquiagem. É um verdadeiro show.

Fiquei super feliz de ter ido, porque isso é tipicamente francês e porque lá conheci a mãe da Marion, uma fofa que, como contei aqui mesmo, já prepararou até um almoço pra mim e pras meninas.

Nas fotos eu com a garrafa de champagne e com o cardápio do Lido (permitido pegar, ok?!).


Ps: não tem fotos do espetáculo porque é proibido fotografá-lo ...
:(
















terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Mais do mesmo - le Louvre encore

Nada como poder voltar mais e mais vezes ao Louvre!

As fotos a seguir são de mais um dia de passeio no museu. Dessa vez fomos com o objetivo de ver a Monalisa (La Gioconda)e para chegar até lá tivemos a agradável tarefa de passar por uma parte de obras de pintura italiana.

De obras da Idade Média até obras do Renascimento, vimos quadros de Botticelli, da Vinci, Rafael, Ticiano, Caravagio, entre outros.

Chegar à La Gioconda depois de passar por quadros cronologicamente expostos ajuda a compreender melhor porque a obra de da Vinci continua a ser, ao longo de todos os anos, tão badalada, comentada, discutida, estudada.

Partindo dos quadros da Idade Média e chegando aos quadros da Renascença observa-se: uma mudança na construção da perspectiva do quadro (os da Idade Média eram bem chapados, enquanto os mais recentes têm bastante profundidade, relevos, luz e sombras); uma mudança na caracterização das figuras (os quadros mais antigos têm figuras praticamente idênticas, com pouca expressão, enquanto os mais recentes diferenciam vivamente cada um de seus componentes); uma mudança dos temas (na Idade Média o tema predominante - eu chegaria a dizer único - era a religião, enquanto os quadros renascentistas criam ambientes e situações das mais variadas possíveis) etc.

Essa apreciação term algum fundamento "histórico", mas é mais uma impressão pós-visita, o que significa que é possível observar claramente tudo isso na prática.

As primeiras obras de da Vinci já são absolutamente incríveis. A caracterização humana que ele faz se distingue completamente da que seus contemporâneos faziam, o que faz com que os olhares de seus "personagens" se destaquem em meio a tantos olhos que nos observam na galeria. São olhares profundamente expressivos e semblantes, pra ser bem redundante, misteriosos.


A Monalisa

Não se pode dizer que a Monalisa é um quadro desinteressante. Mas talvez eu tenha gostado mais de um outro de da Vinci, para o qual poucos dão atenção - a massa tem o poder! - e do qual não me recordo o nome.

É preciso dizer (talvez não dê pra ver pela foto) que não é possível chegar perto dessa que é a obra mais visitada do Louvre, já que ela é protegida por vidros blindados e por uma faixa de segurança, sobre a qual montes de turistas se debruçam tentando conseguir a melhor foto (em geral é isso o que os turistas fazem da Monalisa, tiram fotos).

Mas com paciência e um pouco de aperto chegamos o mais perto que deu e tivemos nosso tempo de admiração. Dá vontade de ficar olhando por muito tempo, pra tentar notar à distância os pequenos detalhes já tão comentados por todo mundo. Ver a Monalisa também é uma daquelas coisas que faz parte da realização de que "p... EU TO EM PARIS!!!!", e isso é impagável.

Eu, a Bruna e a Carol tiramos uma foto tentando esboçar o tal "sorriso" misterioso da nobre florentina, mas como vocês podem ver, on n'y a pas réussi du tout (não conseguimos meeeesmo!)! A idéia nos rendeu boas risadas...


Eu - renascentista?

Algumas pessoas já me disseram que eu parecia uma pintura renascentista; fui obrigada a concordar depois de ver alguns desses quadros. As vezes me vi naqueles rostos brancos, redondos, com narizes não exatamente delicados, bochechas rosadas e cabelos rebeldes (bem como quando eu era criança!).

























segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Cemitério Père Lachaise

Num dia de muito sol e muito frio fui conhecer sozinha o famoso Père Lachaise, cemitério que fica no 20ème arrondissement, o último número do caracol parisiense e, portanto, um bairro mais popular.

O cemitério é lindo e nesse dia o céu estava todinho azul, teve sol o dia todo, apesar do puta frio. Fiquei mais ou menos 1h30 por lá, passeando naquele silêncio nada macabro, mesmo com os corvos gritando às vezes. Como eu estava sem o mapa do cemitério, o único túmulo de um famoso que encontrei foi o do Jim Morrison (The Doors). Na verdade fui procurar especificamente ele (pelo cemitério tem um ou outro mapa grande que você pode observar), só porque sei que o Vi (meu irmão) adora o Doors. Mas na verdade o túmulo em si é bem comum e tem toda uma história de que ninguém sabe se o corpo está mesmo lá, porque a morte dele em Paris teria sido misteriosa...

Infelizmente não deu tempo de tentar achar outros túmulos que adoraria ver, como o da Piaf, o do Proust, o do Oscar Wilde, o do Molière, entre outros. Mas num próximo dia de sol - cemitérios são lindos em dias de sol! - volto lá com um mapa que tem no meu guia.